segunda-feira, 16 de julho de 2012

SURDINA


(para Vinícius Bittencourt)

Aqui me encontro,
à sombra da estrela,
da estrela e da nuvem,
e ao pé deste monte.

A dor e a angústia
têm sempre as vozes
possíveis da morte,
fiel companheira.

Aqui me acho,
desfeito em pedaços,
perdidos no espaço,
de nuvem e poeira,
de nuvem e poeira...

De poeira a nuvem,
de nuvem, a estrela,
de estrela, a sombra
sobre a vida inteira.

Aqui me vejo,
restolho do sol
que não se achou
na noite esquecida.

Na noite esquecida,
e à borda do pranto,
do pranto e da dor,
da dor e da falha.

Aqui me fujo,
em vão me trabalha,
o sangue dos dias,
das horas, do tempo.

Na noite esquecida,
em vão me acho...
Pendura-se a vida,
- perdida no espaço -
perdida no espaço,
sobre o meu tormento.

Um comentário:

Seguidores