(para Gilda Moreira)
MENEIA a cabeça
com o ventre,
Cabra.
E dos dias
amassados
entre os dentes
não te esqueças,
que entre pedras
adivinho
tua procura,
Cabra...
É a lonjura
dos teus moles,
dos teus verdes.
Levas nas patas
esta água
que procuras,
Cabra:
sabes a sede
e a secura
com igual
desinteresse,
Cabra.
Sobe com chifres,
sinos, pontes
e gamelas,
Cabra,
galga teus montes,
que o tempo
é mal secreto.
E sobre o rosto,
com que apenas
te contemplo,
Cabra,
sê meu poema
e diadema
de silício,
Cabra:
o meu silêncio.
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