terça-feira, 17 de julho de 2012

ARQUEOLOGIA II

Com meu sangue soterrado,
soterrada toda a terra
e já se esquece.

Com meu sangue soterrado,
soterrada toda a terra
e já se esquece.

Avós e pais antigos,
com meus sangues, soterrados:
já se esquecem.

Preta, preta, toda a terra.
Preta em sangue.
E já se esquece.

Do que fica é o futuro,
que se adianta.
Mas já se esquece.

E em pretas formas
se estendem lentos lençóis
em tímido canto.

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