QUEM conta teus dias? Que diz tua passagem?
Saturno, Saturno, quem tolda minha vida?
Saturno, Saturno, que diz tua miragem,
se Marte sinistro, sanguíneo e dolente,
não quer tua volta sobre o mundo que sente,
sem a paz de Vênus, os tempos de guerra.
Saturno, Saturno, queremos teu tempo,
tuas horas inteiras, teu sábio conselho,
que alargam a dor e estreitam a esperança.
Mas eis que Netuno, a quem me oponho,
com mar de naufrágios, naufraga meu sonho.
Saturno, Saturno, queremos na terra,
mais pontes, mais pontes, entre os homens e Deus:
O peso de Urano, distante, nos pesa,
distante insiste que novas idéias
nos mostrem caminhos distintos dos teus.
Saturno, Saturno, ensinas que a queda
dos velhos sistemas jamais acontece.
Meus dias por isso contados se passam.
De tanto passado, meu tempo envelhece.
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