segunda-feira, 16 de julho de 2012

GENUFLEXÓRIO

LOUVE-SE o seio,
louve-se o meio,
louve-se o pai,
beije-o sem fé.
Orai sem paz.
Amém, orai!

Louve-se o vício masculino,
sob o silício:
Louvem-se as coxas,
louvem-se as ancas,
louve-se a mulher ajoelhada
aos pés da cama,
louve-se a lama.

Amém, orai
aos pés do pai
orai no colo
orai no braço
Orai sem paz!
Orai, orai!

Louve-se o braço circunscrito,
louve-se o grito,
ai! louve-se o grito de prazer
louve-se o vício.

Louve-se o fogo
dessas velas...
e como aquelas
orai despida,
orai ao pai
Orai, orai!

Louve-se o leite entregue à vida,
louve-se a ida
da mão à grelha que, invadida,
louvada agita

e prepara o meu Amém
às pernas-deusas.
Orai na mesa.
Orai sem paz.
Orai ao pai. Ajoelhai.
Orai. Orai.

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