Levo minha casa
nas costas.
Sorte é comigo,
trago os amigos
para o abrigo
dos meus dias.
Meu domicílio
é o coração.
Levo meus sonhos
nas costas.
Penso que o tempo
cabe no corpo:
somos passado
onde o futuro
amassa seus dias.
Faz o presente
seu alvo pão.
Guardo o passado
nas costas.
Sei que perecem
o trigo e a erva,
o vinho e a fome,
e a gente que vive
e a gente que esquece
e a gente que leva,
leva lembranças
nas costas.
Tudo que passa
mora comigo.
Meu coração
é servo e abrigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário