terça-feira, 17 de julho de 2012

FERNANDO PESSOA

TÃO quanto o vário
o poema o espelho
e o desenho
de um valete de ouros
dama de copas
rei de espadas
sobre a mesa,

são pares o ditar
o mais da vida
e o abismo de cair
nos sem saída
em encontros
desmedidos de procura,

são pares
como os pares
são segundos
e são terceiros
e são sem lutos
nos sem primeiros
nos sem segredos
nos sem abruptos
do falar.

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