EU MEÇO com palmos
a terra.
Disperso as areias
dispersas.
Estou de passagem,
em espera.
Eu sei dos meus dias
contados.
Meu corpo é trabalho
de arado,
de sulco dos campos
eivados.
Da terra retiro os
cardos,
espinhos de ninhos
de pássaros,
pedras e troncos
dos passos...
Mas sei que no ar
pesam
surpresas e sombras
que levam
o trabalho do arado
negam.
As nuvens que toldam
o mundo
não guardam pedras
no fundo.
No céu se penduram
miragens.
Mas meço meus dias
contados,
que a terra é o pó dos meus
braços,
meus dedos são campos
sulcados.
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