Sinto o que sentem
todos os mortos,
sem saber, sem dizer
o que de morto dizem os mortos:
apenas humilde o corpo inerte tenta
mover-se na eterna torrente
de sonhos, desejos, falas,
beijos.
Rezem por mim,
que lhes direi no mesmo instante
de que é feito o mundo inteiro, antes,
e, mesmo morto, apontarei
em que altares jazem os deuses firmes
soltos,
os anjos livres e os homens tortos.
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