segunda-feira, 16 de julho de 2012

ESTOU MUITO ATRÁS DOS MEUS OLHOS

Estou muito atrás dos meus olhos,
e os rios correm sós.

Rodeados de ar, conhecendo as pedras,
embalando os peixes, os que são nominados,
os que acenam sós, desde a árvore de onde
começaram sós,
os que vivem sós,
muito sós.

Quem nunca viu um rio como o meu
embaixo das minhas pedras.

Não há ponte.
Enquanto há terra, não há ponte.
Não há ponte no fundo do rio.

Estou muito atrás da minha mão,
e os rios correm sós.

Rodeados de ar, conhecendo as pedras,
são as águas que embalam os peixes,
e afogam o horizonte, que se deita
no rio
e levanta sua fronte, sob o céu que é o céu
de todos os homens,

sobre as campinas de todos os homens.

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