segunda-feira, 16 de julho de 2012

PEIXES

HÁ uma corda
estendida sobre
as horas
como ponte.

Eu, que sonâmbulo
andava
sobre o abismo,
escorreguei.

(Deus me perambulava)

E a corda amarga
vai presa ao pé,
vai presa à nuvem
morar no norte
de quem voltava.

(Deus me perambulava)

Modo da nuvem
no fundo era
um pedreira,
um mausoléu:

pela fronteira, nada.

E a corda amarga
e a ponte larga
meus pés agradam.
Deus ao pescoço deu

lição de águia.

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