VEM,
põe com tua mão
neste buraco
o teu bocado,
a tua oferta,
a tua fé,
o teu pecado.
Vem,
põe o melhor
do teu esforço:
o teu cuidado.
Amor-demais
já vi ao menos
e a fieldade
dos pequenos
gozar dos bens,
olhos vidrados
naquele altar,
sombra de Deus.
Vem,
enfia a mão
neste buraco.
Põe o suor
do teu trabalho,
vem, come o pão
e bebe o vinho
goza teus dias
no caminho
que é sem partida,
e sem destino,
e sobre a vida
escolhe o vício.
Vem,
deita teu corpo
neste barco.
Inventa o sacro,
acende as velas
e teu pecado.
Enche o buraco,
oferta é fardo.
Mas volta ao banco,
sem fé nem prado:
volta calado.
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